Segundo especialistas, desenhos animados e games podem ser aliados na educação dos pequenos. Processo requer acompanhamento
Já imaginou questionar o seu filho
sobre as aventuras do Ben 10? Ou explicar assuntos de ciências para sua
filha utilizando os personagens do Bob Esponja? E ainda conversar
sobre as atitudes de pais e filhos na animação Padrinhos Mágicos?
Depois bolar estratégias, junto com os pequenos, para passar de fase em
algum jogo eletrônico? Tudo parece só entretenimento. Mas, segundo
especialistas, desenhos animados e games, que estão presentes no dia a
dia da meninada, podem ser aliados na formação e na educação das
crianças.
É preciso, no entanto, que os pais
acompanhem de perto o processo. “É no entretenimento que são veiculados
valores, exibidos comportamentos que acabam modificando condutas em
nossas crianças”, ressalta a psicanalista e psicopedagoga Galeára Matos
de França, destacando a importância também da participação dos
educadores. A sugestão dela é que os pais conheçam os personagens e
dialoguem com as crianças sobre os comportamentos apresentados. A ideia
é fazer uma leitura crítica do desenho animado assistido.
Além
disso, para o jornalista Ricardo Jorge, doutor em Comunicação e
professor dos cursos de Jornalismo e Publicidade da Universidade Federal
do Ceará (UFC), a prática ajuda os pais a conhecer melhor os filhos e a
participar do processo de formação. “É legal que os pais conversem com
os filhos, se determinadas soluções dos desenhos são as corretas, se
os filhos resolveriam de forma diferente... É compreender como a
criança processa o desenho e usar de forma pedagógica.”
Se
os desenhos podem contribuir na formação, os jogos de videogame,
segundo Ricardo Jorge, são importantes aliados do ponto de vista
cognitivo. “Oferece à pessoa a oportunidade de construir hipóteses,
testar hipóteses... Se não deu certo, verificar e construir uma outra”,
detalha.
Psicóloga escolar, Rafaela Nóbrega acredita que
tanto desenhos como games podem ajudar também a desenvolver
habilidades. “São habilidades com as cores, com os números, os sons...
As crianças também aprendem um vocabulário novo. Quando acompanhado
pelos pais, isso se torna muito produtivo.”
Yuri, 7, e
Lara, 2, costumam se divertir na televisão. O menino também curte jogos
de estratégia e de futebol no videogame. A mãe, a bancária Carolina
Magalhães, 33, procura acompanhar os filhos. Só lamenta que o tempo
seja curto para isso. Lara já gosta de musicais e desenhos animados
coloridos. Quando pode, Carolina assiste junto e conversa.
Ela
acredita que alguns desenhos não acrescentam tanto à formação dos
filhos. Já os jogos eletrônicos ajudam no raciocínio. “Ele tem uma
facilidade de pensar rápido. Tem coisa que ele joga que eu não consigo
jogar.”
Para os especialistas, por ajudar a desenvolver
habilidades, esses desenhos e games podem até ser usados como ferramenta
pedagógica pelos educadores. “Você pode discutir a família, o mundo do
trabalho, as diferenças sociais, o mundo de relações com as outras
pessoas. É preciso, no entanto, saber se o material é adequado para o
público”, alertou Ricardo Jorge.
O quê?
ENTENDA A NOTÍCIA
Desenhos
animados e videogames estão geralmente associados a entretenimento.
Mas, segundo especialistas, podem ser aliados na educação das crianças.
Basta que os pais acompanhem de perto o processo.
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